terça-feira, 20 de maio de 2014

Vivências em Gestão Democrática Escolar

Este relato consiste na construção de valores como a tolerância e solidariedade. A participação na gestão, tanto da equipe escolar quanto dos alunos, implica na existência de diálogo; numa cultura organizacional.
Se delineava no Estado um que projeto visando a identificação de alunos com altas habilidades e superdotação. E assim começava um percurso de avaliações e implementação de ações de trabalho com esses alunos brilhantes. Um dos alunos apontado por mim professora de surdos em sala de recursos, foi caso de deboche, pois a habilidade do mesmo era na área do banditismo, fala de alguns professores de sala comum. Insisti e comecei a desenvolver atividades de criação, motoras e linguísticas. Duas atividades bastaram para mudar o olhar dos professores, uma dança e confecção de bonecos que seriam doados para a própria escola desenvolver atividades com os outros alunos.Todos os dias havia apresentações na entrada do almoço e ele se apresentou, fez piruetas, rodopios e o “mortal”. Houve um silêncio, seguido de suspiros e finalmente gritos e aplausos. Seria possível um surdo dançar no ritmo da música e aquele garoto surdo e sem limites construir uma coreografia própria?O mesmo aluno em outra atividade de confecção de bonecos foi referência para as crianças do grupo, pois saíram bonecos com as características físicas dele, negro e com cabelo moicano.
         Concluindo, a gestão democrática se consolidou quando a um aluno deficiente, negro, pobre e sem limites foi permitido participar de um grupo com alto potencial de produção. Aos professores ficou a necessidade de repensar o que é bom ou mal, o estereótipo e o conceitual. Ao aluno ficou uma das maiores riquezas possível, participar de algo significativo, ser admirado pelos alunos e professores e se sentir pertencente a um lugar real.
          A escola ficou a necessidade de se construir um novo lugar onde todos possam conviver e aprender, construir e desconstruir, sonhar e realizar.
Isso aconteceu em uma Escola de Tempo Integral, de ensino fundamental I, localizada em uma zona de risco, no ano de 2007.

Jucilene Ribeiro Cezar

terça-feira, 1 de abril de 2014



Disciplina 

Diversidade e Cultura Inclusiva

Proposta de Intervenção

 Jucilene Ribeiro Cezar


Sinalizando com Cecília Meireles

Objetivos:
  • Ampliar repertório literário e lingüístico;
  • Estruturar e ampliar a língua de sinais no ambiente escolar.

Quem serão os participantes: Os participantes da intervenção serão os alunos, professores e funcionários que terão contato com as atividades realizadas através de exposição dos trabalhos na escola.

Alunos:

Ariane Mendonça; E.E. Leny Barros, 7º ano, sala de recurso para deficiência auditiva na E.E.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Daniele Guaseli; E.E. José Almeida dos Santos, 1º colegial, sala de recurso para deficiência auditiva na E.E.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Elisabete Ribeiro, E.E. Adalgiza Campos, 2º colegial, sala de recurso para deficiência auditiva na EE.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Iara Alves, E.E. Carolina Burali, 7º ano, sala de recurso para deficiência auditiva na E.E.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Jéssica Suzin; E.E. Rachid Jabur, 7º ano, sala de recurso para deficiência auditiva na EE.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Maria Vitória Pereira; E.E. Leny Barros, 7º ano, sala de recurso para deficiência auditiva na EE.Profª Francisca Ribeiro Mello Fernandes.

Tempo previsto: 4 aulas

Material necessário: cópias do poema Motivo, de Cecília Meireles, disponível no livro Obra Poética e reproduzido abaixo.


1ªetapa-
Será distribuído cópias do poema Motivo, que reflete a maneira pela qual os poetas enxergam o mundo, e uma primeira leitura silenciosa: Os alunos  surdos deverão investigar os aspectos mais evidentes do texto. Por que é um poema? Há rimas? O que o título sugere?Será pedido que leiam o verbete num dicionário e sentidos que se aproximam do texto. Sugira que apontem os versos que consideraram difíceis de compreender.

2ªetapa 
Na segunda leitura - dessa vez, realizada pelo professor. Com base no primeiro verso, será pedido: qual o motivo que leva o eu lírico a cantar? A seguir, explorar o terceiro: "Não sou alegre nem triste". Há oposições semelhantes no texto? Explique que a antítese é uma figura de linguagem que aproxima duas palavras ou pensamentos de sentido contrário. Elas dizem respeito à poesia ou ao poeta? Por quê? Discuta hipóteses para a repetição da expressão “não sei”.

3ªetapa 
Ressalte a importância do verso: "Tem sangue eterno a asa ritmada". De que fala o eu lírico? O que poderia ser a "asa ritmada"? Em que a poesia se assemelha a "sangue eterno"? Mostrar o que é a metáfora - substituição de um termo por outro em função de alguma semelhança, com transferência de significado - coloca que a poesia (ou canção), diferentemente do poeta, é eterna. 

4ªetapa 
Será pedido que os alunos surdos construam uma síntese semântica do texto com base em um roteiro de questões: que ideias o poema apresenta sobre o poeta? E sobre a poesia? Por que as antíteses se relacionam ao poeta? Qual a oposição entre a canção e o poeta? Por que a autora usa uma metáfora para falar da poesia? 


Avaliação 
Nas respostas do roteiro, verifique se o aluno incorporou as ideias debatidas, se entendeu o sentido geral do texto e como os recursos estilísticos ajudam a compô-lo, utilizando também a língua de sinais.

Resultados esperados:

- Apreciem poesias;

- Que a língua de sinais se torne objetivo de interesse pelos menbros da comunidade escolar.