Vivências
em Gestão Democrática Escolar
Este relato consiste na construção de valores
como a tolerância e solidariedade. A participação na gestão, tanto da equipe
escolar quanto dos alunos, implica na existência de diálogo; numa cultura
organizacional.
Se delineava no Estado um que projeto visando
a identificação de alunos com altas habilidades e superdotação. E assim começava
um percurso de avaliações e implementação de ações de trabalho com esses alunos
brilhantes. Um dos alunos apontado por mim professora de surdos em sala de
recursos, foi caso de deboche, pois a habilidade do mesmo era na área do
banditismo, fala de alguns professores de sala comum. Insisti e comecei a
desenvolver atividades de criação, motoras e linguísticas. Duas atividades
bastaram para mudar o olhar dos professores, uma dança e confecção de bonecos
que seriam doados para a própria escola desenvolver atividades com os outros
alunos.Todos os dias havia apresentações na entrada do almoço e ele se
apresentou, fez piruetas, rodopios e o “mortal”. Houve um silêncio, seguido de suspiros
e finalmente gritos e aplausos. Seria possível um surdo dançar no ritmo da
música e aquele garoto surdo e sem limites construir uma coreografia própria?O mesmo
aluno em outra atividade de confecção de bonecos foi referência para as
crianças do grupo, pois saíram bonecos com as características físicas dele,
negro e com cabelo moicano.
Concluindo, a gestão democrática se
consolidou quando a um aluno deficiente, negro, pobre e sem limites foi
permitido participar de um grupo com alto potencial de produção. Aos professores
ficou a necessidade de repensar o que é bom ou mal, o estereótipo e o
conceitual. Ao aluno ficou uma das maiores riquezas possível, participar de
algo significativo, ser admirado pelos alunos e professores e se sentir
pertencente a um lugar real.
A escola ficou a necessidade de se construir um novo lugar onde todos
possam conviver e aprender, construir e desconstruir, sonhar e realizar.
Isso
aconteceu em uma Escola de Tempo Integral, de ensino fundamental I, localizada
em uma zona de risco, no ano de 2007.
Jucilene Ribeiro
Cezar